Qual é o papel da escola na vida de uma criança?
Como viver uma educação que respeite a integridade de cada SER criança? Como fazer uma escola que integre as infâncias, respeitando as particularidades e honrando as diversidades?
Como encorajar o amor pela educação de toda uma comunidade? E se houvesse um jeito de estimular, na criança, esse amor pelo seu próprio processo educativo? E se, ao ser amada, ela entendesse que sua curiosidade, autonomia, afetos, conflitos, frustrações, erros, são expressões genuínas e valorizadas do seu SER?
A liberdade é a forma da criança dar passos seguros para experimentar o mundo, e isso é uma das ferramentas mais potentes para a construção da sua jornada, do seu VIR-A-SER.
Mas como criar uma prática pedagógica a partir da liberdade? Como lidar com todas as consequências de ver crianças livres dentro de um espaço educacional? Como entender uma pedagogia que intenciona que a criança viva essa liberdade?
Como acontece o processo de aprendizagem-ensino? De qual currículo os meninos e as meninas precisam? Como sincronizar o ritmo biológico e o valor da idade? E se a gente se propusesse a pensar e construir esse caminho junto com as protagonistas desse processo, as crianças?
E se a gente conseguisse avançar na educação formal, sem, para isso, podar ou domesticar a vida e a energia do SER criança? E se, nesse processo, a gente formasse seres éticos capazes de refletir e agir no mundo sem medo de errar, testar, experimentar? E se confiança e coragem fossem aprendidas com a vivência de todos os dias? O corpo da escola não é ele mesmo uma roda imensa feita para brincar? A estética, no chão, nas paredes, nas árvores, nas salas, na cozinha, nos brinquedos, enfim, nas relações, não é ela uma forma de revolucionar o mundo das crianças?
Vamos falar de uma outra educação?
Finalizamos com as palavras da nossa diretora e idealizadora, Juliana Bel:
Desconfio que escola deveria ser só isso. Um espaço onde as mais diversas crianças, com suas singularidades e riquezas, convivem, brincam e vivenciam novas experiências com liberdade, ao lado de adultos que amam educar e aprender.
Desconfio que ensinar seja só isso. Sentar com as crianças e ouvi-las, percebê-las e deixá-las nos guiar por suas curiosidades, percepções e criatividades. Elas sabem o caminho, elas sabem aonde querem chegar e como chegar, elas só precisam de nós para dar amor e apoio.
Desconfio que aprender seja só isso. Sentir o mundo, questionar esse mundo, olhar para um outro ser e entender como esse outro faz parte desse mundo tanto quanto o meu eu, e assim, compartilhar desse mundo.
Desconfio que comunidade é isso. Um espaço de respeito, trocas, afetos e ética, para cada pessoa ser exatamente o que é.
Desconfio que para deixar um mundo mais justo para nossas crianças só precisamos disso: derrubar os muros das escolas e unir as pessoas que se movem por esse mundo, com amor.