O caminho do belo, o caminho da formação de cada ser

Dois meses atrás eu, Kelim (coord. pedagógica) e Michel (regente
da Turma Nosso Mundo), traçamos um planejamento para que as crianças dessa
turma, do Ensino Fundamental, vivessem de forma prática o valor do trabalho e
da responsabilidade. Cada criança receberia uma tarefa para ser realizada por um
tempo.

Olivia recebeu a incumbência de pintar o mural, que fica em
nossa recepção, com o tema do projeto pedagógico, “Deuses Gregos em Nosso Mundo”.
Ela fez o desenho em um papel e começou a pintar, estava lindo. Um dia eu chego
e ela havia apagado, alegando que estava feio. Confesso que me doeu, saibam que
eu não talento para desenhar e admiro demais quem o tem, ao ver o mural branco
novamente. Conjecturei alguns motivos da sua atitude, contudo ela não queria
conversar sobre. Deixei os dias passarem para ver o que iria acontecer, nada. Em
alguns momentos, em nossas aulas, eu perguntava dos trabalhos de todos e ela
repetia “não estava bonito”, e sempre escutava de seus colegas “credo Olivia,
estava tão lindo”.

Na semana que antecedeu o início do projeto eu a chamei e
perguntei se ela iria ou não fazer o mural, afinal o projeto estava para
começar e eu contava com ela. Eu estava séria e fui categórica. Eu queria que
ela tivesse certeza que a nossa decisão por ela ser a artista responsável pelo
mural tinha motivo (acreditávamos na sua capacidade), importância (seria o
cartaz de apresentação do projeto na entrada da Escola) e uma certeza (sabíamos
que ela iria criar algo belo). “Sim, vou fazer”, foi a resposta. No mesmo dia
ela começou. Uma semana depois ela finalizou. Nesse dia, com a pintura
concluída, quando atravessei o portão e ela já veio me dizer, com sorriso largo
no rosto e os olhos brilhando, “Ju, eu terminei”. Larguei rapidamente minhas
coisas e fui ver o desenho finalizado. Eu já sabia que estava bonito, mas ver
ele pronto, sentir a beleza do que ela criou e a felicidade dela ao realizar
algo, e algo tão bonito, me emocionou. Como é belo o caminho da educação!

Eu não sei qual foi o(s) motivo(s) dela quase ter desistido,
não há como acessar algo tão íntimo, mesmo que ela tivesse conseguido transbordar
em palavras. Como não sei o que ela vai levar para si dessa experiência, mas
não tenho dúvida que será algo bom. O que sei, que é esse meu papel, o nosso
papel de adulto: olhar para uma criança, com toda nossa força e amor, e nesse
breve momento em que nossos olhares se conectam, em que realmente nos
enxergamos, que a criança saiba que ela pode [fazer, realizar, sonhar, errar,
ir, conquistar, tentar…].

Agradeço à Olivia por esse presente que ela deu ao Nosso Mundo!

Juliana Bel – Diretora da Escola Nosso Mundo

Banner Matrículas Abertas Escola Nosso Mundo Florianópolis

Para mais informações clique no botão abaixo:

Compartilhar

Mais Artigos

Abrir bate-papo
Olá,
Podemos ajudar?