Quero te falar dessa infância pé no chão, do menino descalço brincando, da força para fazer de uma árvore seu espaço de brincar, da beleza do futebol sem chuteira e sem camisa, da traquinagem escondida no sorriso maroto e nos olhos envergonhados, do abraço caro e precioso, do sorriso solto e belo.
Quero te falar da infância permitida, aquela que corre, pula, sobe, se desafia, quer conhecer o mundo, e por vezes se machuca, chora, grita, se frustra, sente raiva, medo. Das inconsequências e da sapiência, que se mistura com ingenuidade, no confiar em quem já viveu mais.
Quero te falar da infância que é desafiadora, aquela te respeita, contudo te questiona, que se impõe ao mesmo tempo que te espelha, que te admira e enquanto observa suas falhas. Da ousadia de já SER tanto, além do que queremos, projetamos, desejamos, ao passo que precisa de nós para construir seu VIR-A-SER.
Quero te falar da infância que tem voz, corpo, gesto e gostos. Da natureza empática e simpática, jamais apática. Das cores que a circunscreve, das perguntas que a formam, das emoções que a inundam, da beleza dos pensamentos construídos, das potências vividas, da leveza. Da dissonância com tudo que é de ruim e feio nesse mundo.
Quero te falar que a infância só existe no aqui e no agora, não a roube, não a ultraje, não a desrespeite, não a pode. O tempo não retrocede, e amanhã pode ser tarde demais.
Que possamos sempre honrar a(s) infância(s)!
Ju
Diretora da Escola Nosso Mundo
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